sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Michael Huemer: O problema da autoridade política

Seria moralmente justificada a "autoridade política" dos Estados?  Sabemos que parte constitutiva de sua legitimidade é fundada na coerção e no controle... Grande parte da teoria política contemporânea aceita sem problemas que Estados possuem tal poder moral sobre a vida de seus cidadãos - pelo simples fato de garantirem as condições para a vida em sociedade. Michael Huemer (Colorado) em seu livro "The Problem of Political Authority: An Examination on the Right to Coerce and the Duty to Obey" questiona os pressupostos centrais dessa tese de um ponto de vista libertariano. Alguns dos argumentos de Huemer encontram-se em um ensaio apresentado no Instituto Cato

- Huemer: "The Problem of Authority" [Cato Unbound]

- Huemer: "The Problem of Political Authority [Chap. 1]"


The Problem of Political Authority


The Problem of Political Authority | Michael Huemer


Abstract

A foundational assumption of political philosophy is that some governments possess a moral property known as political authority. Theories of authority are meant to explain, first, why individuals are ethically obligated to obey the law under normal circumstances, and second, why agents of the state are normally ethically entitled to coerce individuals to obey.

In the first part of the book, I consider several philosophical accounts that have been offered for why some states possess this peculiar moral status. I argue that none of these accounts succeed, and thus that no person or group genuinely possesses political authority. I go on to consider the psychology of authority, arguing that a series of non-rational factors explain traditional beliefs and attitudes about authority. Finally, I consider the implications for individual and governmental behavior of relinquishing the belief in authority.

In the second part of the book, I confront a central assumption of most theories of authority: that a central authority structure is essential to any livable society. Against this assumption, I argue that a livable society could exist with no recognized central authority.


quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Waldron e Raz sobre Direitos Humanos

Jeremy Waldron (NYU) publicou em junho o artigo "Human Rights: a critique of the Raz/Rawls approach" no qual critica as concepções "humanitárias" dos direitos humanos - segundo as quais todos temos interesses "humanitários" em respeitá-los. Ao contrátrio, Waldron defende que certos direitos são ditos "humanos" na medida em que se aplicam a todos nós pela humanidade partilhada. Joseph Raz (Columbia) rebateu as críticas de Waldron em artigo disponibilizado na SSRN. 

- Waldron: "Human Rights: A Critique of the Raz/Rawls Approach"

This paper examines and criticizes the suggestion that we should interpret the “human” in “human rights” as (i) referring to the appropriate sort of action when certain rights are violated rather than (ii) the (human) universality of certain rights. It considers first a crude version of (i) — the view that human rights are rights in response to whose violation we are prepared to countenance humanitarian intervention; then it considers more cautious and sophisticated versions of (i). It is argued that all versions of (i) distract us with side issues in our thinking about human rights, and sell short both the individualism of rights and the continuity that there is supposed to be between human rights and rights in national law. The paper does not deny that there are difficulties with views of type (ii). But it denies that the positing of views of type (i) gives us reason to abandon the enterprise of trying to sort these difficulties out.


- Raz: "On Waldron's critique of Raz on Human Rights"

Prof. Waldron has recently published a paper criticising the views of Rawls and Raz on human rights. It is pointed out that some supposed criticism are nothing more than observations on conditions that any account of rights must meet, and that Waldron objections to Raz are due to misunderstanding his thesis and its theoretical goal. The short comment tries to clarify that goal.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Para que serve a economia?

São as ciências econômicas científicas? Os filósofos da ciência Alex Rosenberg e Tyler Curtain procuraram responder essa pergunta para o blog The Stone. Diferentemente das ciências empíricas naturais, não podemos falar seriamente em um histórico de predições bem sucedidas na economia (nem nas ciências sociais de modo geral). Entretanto, argumentam os filósofos, isso não significa que a objetividade é impossível, mas apenas que não faz sentido esperarmos um padrão de predição e controle tal como aqueles encontrados nas ciências naturais: "a teoria econômica deve ser concebida como mais próxima ao modelo da teoria musical do que da teoria newtoniana".  



What Is Economics Good For?


Alex Rosenberg & Tyler Curtain

domingo, 25 de agosto de 2013

Zizek: "Giro em Falso"

O filósofo (e celebridade) Slavoj Zizek (European Graduate School) analisa os eventos políticos no Egito em texto publicado pelo caderno Aliás do Estado de São Paulo. No artigo "Giro em Falso", Zizek questiona o dilema aparentemente enfrentado pelos regimes políticos no Oriente Médio entre "fundamentalismo religioso", por um lado, e "universalismo liberal" por outro. Para que as instituições democráticas possam sobreviver, afirma Zizek, os liberais precisaram "de uma ajuda fraternal da esquerda radical" e de um ideal "verdadeiramente" revolucionário.  

[...]

Quando ouvimos hoje um político ou um ideólogo nos oferecendo uma escolha entre liberdade liberal e opressão fundamentalista, e fazendo triunfalmente uma pergunta (puramente retórica) “Você quer que as mulheres sejam excluídas da vida pública, e privadas de seus direitos elementares? Quer que cada crítico ou zombador da religião seja punido com a morte?” o que deve nos fazer desconfiar é própria auto-evidência da resposta: quem teria desejado isso? O problema é que esse universalismo liberal simplista há muito que perdeu a sua inocência.
É por isso que, para um verdadeiro esquerdista, o conflito entre permissividade liberal e fundamentalismo é, em última análise, um falso conflito – um círculo vicioso de dois polos gerando e se superpondo um ao outro.
É preciso dar aqui um passo atrás hegeliano e pôr em questão a medida mesma da qual o fundamentalismo emerge em todo seu horror. O que Max Horkheimer disse sobre fascismo e capitalismo (os que não querem falar criticamente sobre capitalismo também deveriam silenciar sobre fascismo) também deveria ser aplicado ao fundamentalismo atual: os que não quiserem falar (criticamente) de democracia liberal e seus nobres princípios também deveriam se calar sobre o fundamentalismo religioso.

Para uma avaliação crítica da obra do filósofo esloveno, ver o texto do também "radical" (mas liberal) John Gray para o NY Review of Books:



Giro em Falso

Slavoj Zizek

Com o golpe militar no Egito – em junho de 2013, o Exército, apoiado pelo núcleo duro dos manifestantes que derrubaram o regime de Mubarak dois anos atrás, depôs o presidente democraticamente eleito e o governo –, é como se o círculo de algum modo houvesse se fechado: os manifestantes que derrubaram Mubarak, pedindo democracia, agora celebram um coup d'état militar que abole a democracia. O que está havendo?
Uma visão simplificada como essa ignora uma característica chave do movimento de protesto: a explosão de organizações heterogêneas (de estudantes, mulheres, trabalhadores, etc.) nas quais a sociedade civil começou a articular seus interesses fora do escopo da instituições estatais e religiosas. Esta vasta rede de novas formas sociais, muito mais do que a deposição de Mubarak, foi a principal conquista da Primavera Árabe; trata-se de um processo em curso, independente de grandes mudanças políticas como o golpe do Exército contra o governo da Irmandade Muçulmana. O antagonismo entre o Exército e a Irmandade não é, portanto, o antagonismo final da sociedade egípcia. Longe de ser um mediador benevolente neutro e um esteio da estabilidade social, o Exército defende e encarna um determinado programa social e político – em termos gerais, integração no mercado global, posição política pró-Ocidente, capitalismo autoritário; como tal, a intervenção do Exército é necessária na medida em que a maioria não está preparada para aceitar o capitalismo “democraticamente”. Ao contrário da visão secular do Exército, a Irmandade Muçulmana se empenha em impor um regime religioso fundamentalista – essas duas visões ideológicas excluem o que os manifestantes defendem.A leitura prevalecente, sintonizada com a ideologia dominante, foi proposta, entre outros, por (Francis) Fukuyama: o movimento de protesto que derrubou Mubarak foi, mais do que tudo, a revolta da classe média educada, enquanto os trabalhadores pobres e agricultores ficaram reduzidos ao papel de observadores (simpáticos), mas depois que os portões da democracia foram abertos, a Irmandade Muçulmana, cuja base social é a maioria pobre, venceu eleições democráticas e formou um governo dominado por fundamentalistas muçulmanos, de modo que, compreensivelmente, o núcleo original de manifestantes seculares se voltou contra eles e se mostrou disposto a endossar até um golpe militar para derrubá-los.
Os acontecimentos em curso no Egito oferecem ainda um outro exemplo da dinâmica básica das revoltas sociais que consiste das duas etapas principais tradicionalmente designadas por pares como “1789-1793” (no caso da Revolução Francesa) ou “fevereiro-outubro” (no caso da Revolução Russa). A primeira etapa, o que (Alan) Badiou chamou recentemente de “renascimento da história”, culmina na sublevação popular contra uma figura odiada do poder (Mubarak, no caso do Egito, ou o xá no caso do Irã três décadas atrás) – pessoas de todas as camadas sociais se afirmam como um agente coletivo contra o sistema de poder que perde rapidamente sua legitimidade, e por todo o mundo podemos acompanhar pelas telas de TV esses momentos mágicos de unidade extática quando centenas de milhares de pessoas se reúnem em praças públicas, permanecendo ali por dias e prometendo não arredar pé até o tirano renunciar. Tais momentos simbolizam a unidade imaginária no que ela tem de mais sublime: todas as diferenças, todos os conflitos de interesses são momentaneamente esquecidos, a sociedade inteira parece unida em sua oposição ao tirano odiado. No fim dos anos 1980, algo parecido ocorreu na desintegração dos regimes comunistas em que todos os grupo estavam unidos em sua rejeição ao regime do Partido Comunista, embora por razões distintas e, em última análise, incompatíveis até: pessoas religiosas o odiavam por seu ateísmo, liberais seculares por seu dogmatismo ideológico, trabalhadores comuns por viverem na pobreza (e com frequência carecerem de provisões básicas como sabão, eletricidade ou carne), capitalistas em potencial pelas inibições à propriedade privada, intelectuais pela falta de liberdades pessoais, nacionalistas pela traição às raízes étnicas em nome do internacionalismo proletário, cosmopolitas pelas fronteiras fechadas e a falta de contato intelectual com outros países, a juventude pela rejeição do regime à cultura pop ocidental, artistas pelas limitações impostas à expressão criativa, etc. Entretanto, tão logo o velho regime se desintegra, a unidade imaginária é rapidamente quebrada e novos conflitos (ou melhor, velhos, mas sufocados) ressurgem com grande força: fundamentalistas religiosos e nacionalistas contra modernizadores seculares, um grupo étnico contra outro, anticomunistas raivosos contra suspeitos de simpatias com o antigo regime, etc. Esta série de antagonismos tende a se purificar em um antagonismo político principal, na maioria dos casos ao longo do eixo de tradicionalistas religiosos contra capitalistas liberais democráticos, multiculturais, seculares pró-ocidentais, embora o conteúdo desse antagonismo dominante possa variar (na Turquia, os islamistas são mais pela inclusão da Turquia no capitalismo global do que os kemalistas seculares nacionalistas; ex-comunistas podem se aliar a “progressistas” seculares – como na Hungria ou Polônia –ou a nacionalistas religiosos – como na Rússia– e assim por diante.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Jornada Internacional Hannah Arendt: 50 anos de "Sobre a Revolução"

O Grupo de Filosofia Política da Unicamp organiza e sedia a IV Jornada Internacional Hannah Arendt. Após Buenos Aires e Córdoba, Campinas reunirá os pesquisadores de Arendt em torno de sua obra On Revolution [o livro foi publicado em português pela Companhia das Letras]. O evento ocorre entre os dias 21 e 24 de outubro de 2013 e trabalhos serão aceitos até 5 de setembro. 




Em 1963, Hannah Arendt trouxe a público uma das obras mais marcantes de sua trajetória intelectual e do próprio século XX. Embora “On Revolution” não tenha causado o mesmo impacto imediato de obras anteriores – Origins of Totalitarianism e The Human Condition -, hoje pode-se perceber a mudança que esta obra provocou no debate filosófico do período. Quando as discussões estavam dominadas pela polarização entre marxistas e liberais, Arendt deslocou o sentido da compreensão dos processos revolucionários para o que ela denominava constitutis libertatis, a fundação de corpos políticos capazes de sustentar a ação política e, com isso, a própria liberdade em detrimento da violência. Motivada pelo processo revolucionário Húngaro, Arendt pode fazer considerações que escapavam ao debate filosófico-político de seu tempo, chegando a tecer considerações ousadas como questionar o já estabelecido estatuto vitorioso da Revolução Francesa.

Cinquenta anos depois, o mundo moderno não está menos agitado. Na aurora do século XXI, a América Latina apresenta o florescimento de governos populares ou “Revolucionários”, como observamos na Bolívia, Venezuela e Equador; os povos árabes, encorajados por levantes na Tunísia e no Egito, buscam derrubar ditaduras decenais e estabelecer governos democráticos; de maneira mais tímida, a crise econômica que assola a zona do euro conduz portugueses, espanhóis, gregos e chipriotas a questionar a legitimidade de seus governos e a exigir uma reorganização política em seus países. Portanto, embora possamos questionar a atualidade e a coerência desta obra no âmbito de discussões que caracterizam a própria vida acadêmica, parece ser notório o grau de provocação que o tema das revoluções pode gerar neste início de século. É difícil desconsiderar a possibilidade de que vivemos momentos de intensa transformação política. Deste modo, tais acontecimentos parecem nos convidar a um retorno a On Revolution no momento oportuno em que a obra completa 50 de publicação e de discussões acumuladas a seu respeito.
Objetivos
- Possibilitar o debate em torno ao legado da filósofa Hannah Arendt (1906-1975), mais especificamente em sua obra "On Revolution";
- Dialogar com as demais Ciências Humanas para buscar a compreensão de eventos políticos e sociais contemporâneos;
- Aprofundar a rede de colaboração do grupo de pesquisa sediado na Unicamp (Grupo de Filosofia Política) com professores de outras instituições nacionais ou internacionais
Local
  • UNICAMP
  • Instituto de Filosofia e Ciências Humanas - AUDITÓRIO I
  • Endereço: Rua Cora Coralina, s/n - Cidade Universitária "Zeferino Vaz" - Barão Geraldo- 13083-896 - Campinas - SP
  • Tel: +55 19 3521-0121
  • E-Mail:sobrearevolucao50anos@gmail.com

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Summer School 2014

Estão abertas as inscrições para a quinta edição da Summer School in Concepts and Methods in Political Science and International Relations. Os cursos de verão são organizados pela IPSA e pelo DCP/USP e ocorrem entre os dias 27 de janeiro e 14 de fevereiro de 2014. A lista completa de cursos pode ser consultada no link abaixo. Os programas possuem, em sua maioria, uma orientação quantitativa e são uma excelente oportunidade para por em dia a formação metodológica. No entanto, a edição de 2014 contará também com o curso de duas semanas "Method and Political Theory" ministrado pelo professor Andrew Vincent (Cardiff/Sheffield). Para quem não o conhece, Vincent é o autor do livro "The Nature of Political Theory" uma referência na área. 

- Informações gerais e inscrições

- Programas dos cursos



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CALL FOR IPSA / AISP – 5th annual Summer School
IPSA-USP Summer School in Concepts and Methods in Political Science and International Relations

January 27th and February 14th, 2014
University of São Paulo
São Paulo, Brazil

Applications are now opened. The deadline to apply for the 2014 Summer School is September 20, 2013
The fifth season of the IPSA-USP Summer School on Methods and Concepts in Political Science and International Relations will be held at the University of São Paulo (USP) between January 27th and February 14th, 2014. The IPSA-USP Summer School has added four courses to its roster: Introduction to Network Analysis, Multilevel Analysis, Method and Political Theory and Predicting Elections. Overall, a total of thirteen courses will be offered in quantitative, qualitative and formal methods including two one-week refresher courses, two one-week regular courses and nine two-week regular courses.

Founded in 2010, the IPSA-USP Summer School in Concepts and Methods in Political Science and International Relations seeks to provide scholars of the social sciences with access to high-quality, cutting edge, advanced training in qualitative and quantitative social science methods. The school’s faculty instructors represent the very best professorial talent in Europe and the Americas providing courses in a broad range of social science methods. In addition to being leaders in their field, the instructors are talented teachers.

Key dates
Applications are due by September 20, 2013.
Notifications of acceptances will be sent by September 24, 2013.
Applicants must pay registration fees to confirm participation by November 1, 2013.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

David Gauthier na Ethics

Na última edição da Ethics Christopher Morris organizou para publicação os trabalhos apresentados no simpósio "Moral by Agreement" dedicado ao filósofo canadense David Gauthier. Além do balanço crítico escrito por Morris e das intervenções de outros especialistas, o própio Gauthier contribuiu para o volume com o trabalho "Twenty-Five On". Gauthier foi o responsável pelas primeiras releituras do contratualismo clássico por meio do aparato formal da escolha racional e pelo surgimento do "neo-hobbesianismo" na teoria política contemporânea (ou "contratarianismo" em oposição ao "contratualismo").



Uma exposição suscinta do tal "contratarianismo" de Gauthier pode ser encontrada em seu artigo "Contratarianismo político" [e não "contratualismo político"!!] bem como no respectivo verbete da Stanford:  

- Gauthier: "Political Contractarianism"

- "Contractarianism" [SEP]


quarta-feira, 14 de agosto de 2013

30 Anos de Desigualdade no Brasil

O Centro de Estudos da Metrópole (CEM) e o Departamento de Ciência Política da USP (DCP/USP) promoverão um seminário especial sobre padrões de desigualdade de renda no Brasil. Os pesquisadores Rogério Jerônimo Barbosa (USP), Carlos Antônio Ribeirto (Columbia) e Flávio Alex de Oliveira (Cebrap) , todos ligados ao CEM, apresentarão seus trabalhos de análise e decomposição dos indicadores macroeconômicos e seus efeitos na sociedade brasileira. 



cartaz 3_A3 menor.jpg


 CEM/USP
21 de agosto, das 17h30 às 19 horas
Auditório da Cátedra Jaime Cortesão, Av. Prof. Lineu Prestes, 338 - Cidade Universitária (FFLCH/Prédio da História e Geografia, térreo)


domingo, 11 de agosto de 2013

Seminários de Ciência Política USP (2013)

Foi divulgado o programa dos seminários de pós-graduação do Departamento de Ciência Política da USP. Entre os conferencistas desse semestre estão Arnaud le Pillouer, David Altman, Walquíria Leão Rego e os pesquisadores do Neci. 

Os encontros ocorrem às quintas-feiras no prédio de Filosofia e Ciências Sociais da FFLCH/USP. O evento é público! 

- Programa de seminários Pós-Gradução (DCP/USP)


Programação de Seminários da Pós-Graduação DCP/USP
2º Semestre de 2013
Credibility and specificity: when do voters act on corruption information?
15 de agosto, às 17h30, sala 118. DCP
Matthew Winters (University of Illinois at Urbana-Champaign)
O fascismo como modelo: a influência italiana na via brasileira para o corporativismo autoritário da década de 1930
22 de agosto, às 10h, sala 105. TP
Fabio Gentile (UFC)
O modelo de crescimento da redemocratização e seus limites
29 de agosto, às 10h, sala 8. IP/TP/RI
Samuel de Abreu Pessôa (IBRE-FGV)
Making Brazil work: checking the President in a multiparty system (*)
12 de setembro, às 10h, sala 8. IP
Carlos Pereira (EBAPE-FGV)
Germany before the elections
19 de setembro, às 17h30, sala 118. DCP
Nikolaus Werz (Universität Rostock)
As oposições à ditadura: resistência e integração
03 de outubro, às 10h, sala 8. TP/IP
Marcelo Ridenti (Unicamp)
Partidos, militares e governos no Brasil (1945-1964)
10 de outubro, às 17h30, sala 14 DCP
Maria Victoria Benevides (FE/USP)
Estruturas e práticas eleitorais na Primeira República
17 de outubro, às 10h, sala 105. Especial
Jaqueline Zulini (DCP/USP) Debatedor: Fernando Limongi (DCP/USP)
Race, class, and representation: evidence from Brazilian politicians.
17 de outubro, às 17h30, sala 14. DCP
Thad Dunning (University of California, Berkeley) e Natalia Salgado Bueno (Yale University)
Judicial review of constitutional amendments. The case of India
24 de outubro, às 10h, sala 8. IP/TP
Arnaud Le Pillouer (Université de Cergy-Pontoise)
The art of power
31 de outubro, às 17h30, sala 14. DCP (1)
Diego von Vacano (Texas A&M University)
Bolsa-família, dinheiro e liberdade
07 de novembro, às 10h, sala 8. TP
Walquiria Leão Rego (Unicamp)
Governança ambiental global, mudança do clima e municípios amazônicos
07 de novembro, às 17h30, sala 8. TP
Cristina Inoue (UNB)
Coalizões e comportamento legislativo no Brasil (1988-2010)
14 de novembro, às 10h, sala 105. Especial
Danilo Medeiros, Andréa Freitas e Mauricio Izumi (DCP-USP) Debatedora: Lorena Barberia (DCP/USP)
Avaliando a qualidade da democracia na Europa do Sul
14 de novembro, às 17h30, sala 14. DCP (2)
Antonio Costa Pinto (Universidade de Lisboa)
Including outsiders: social mobilization, electoral competition, and social policy expansion in Latin America
21 de novembro, às 10h, sala 8. IP
Candelaria Garay (Harvard University)
Status quo, authorities, or promoters: who wins in the context of Direct Democracy?
28 de novembro, às 17h30, sala 14. DCP
David Altman (PUC-Chile)
Evento comemorativo dos 40 anos do Programa de Pós-Graduação em Ciência Política da USP
05 de dezembro, das 09h às 18h, sala 14. DCP
Professores do Programa e convidados

(1)      Conferência de encerramento do Seminário "Maquiavel: 500 anos d' O Príncipe"

(2)     Em colaboração com NUPPS - Núcleo de Pesquisas em Políticas Públicas

(*) Livro em co-autoria com Marcus André Melo

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Pela constitucionalização do direito internacional

Durante o 23o. Congresso Mundial de Filosofia  realizado neste mês em Atenas, o filósofo alemão Jürgen Habermas participou da mesa "cosmopolitismo" e ministrou a conferência intitulada "A Plea for a Constitutionalization of International Law". O texto desenvolve as possibilidades normativas de uma sociedade mundial sem um governo global a partir dos problemas enfrentados pela União Européia. 





Jürgen Habermas no 23o. Congresso Mundial de Filosofia (Atenas)

[...]

Let me explain why I prefer  to focus on the more specific and demanding perspective of a constitutionalization of  international law. The concept of „cosmopolitanism‟ leads us to continue a train of thought that bypasses the major problem of how to tame, channel, and civilize  political power in legal terms even beyond the nation state. Cosmopolitanism remains  a somewhat loose conception unless it confronts the issue of a transnationalization of  the achievements of the constitutional state. For the process of extending democracy  and the rule of law beyond national borders German public lawyers have developed  the concept of a “constitutionalization of international law”. Let me first explain this  concept (I) and then, in a second part, use some aspects of the present European crisis  as an example for identifying one major obstacle on the road that eventually may lead  us to a political constitution for a world society without a world government (II).


quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Livro: Democracia de (Cidadãos) Proprietários

Em uma passagem célebre de seu livro "Justiça como Equidade: Uma Reformulação", John  Rawls afirmou que apenas dois sistemas socioeconômicos atenderiam as exigentes demandas igualitárias de dua teoria: um socialismo de mercado ou uma "property-owning democracy". As possibilidades por trás da "democracia de pequenos proprietários" (como ficou conhecida em português) é o objeto de análise do livro "Property-Owning Democracy: Rawls and Beyond" organizado por Thad Williamson e Martin O'neill. O livro reúne textos inéditos sobre o conceito e sobre as possibilidades efetivas de transformá-lo em realidade política. 

- O livro foi resenhado por Paul Weithman na Notre Dame Philosophical Reviews:

[...]
In fact I believe that Rawls employs a methodology that is most accurately described as "mixed". The term "property-owning democracy" has a rich, varied and -- for progressives anyway, a checkered -- history that is amply documented in Jackson's essay. But like Meade, Rawls ignores that history and treats "property-owning democracy" as a term of art -- one for which he provides a stipulative description. That is, he simply stipulates that the term will denote a set of economic institutions, which he singles out because he believes they will realize aims given by justice as fairness. But a property-owning democracy is not just one of the social types that pursues the aims of justice as fairness. It is also a society that is well-ordered by justice as fairness. And so its aims are public knowledge because Rawls also stipulates that societies that are well-ordered satisfy the publicity condition. Property-owning democracy as Rawls understands it shares its aims with liberal socialism, but it differs from liberal socialism in allowing private ownership of a considerable amount of society's capital. As will be clear when we look at the institutions of property-owning democracy, there are no familiar cases of this regime-type the essentials of which Rawls's stipulative definition must capture if it is to be plausible. Rather, Meade and Rawls introduce property-owning democracy specifically to fill a previously uninhabited but, they think, fertile square in the logical space of political economy.

- As propostas de reforma do Estado de Bem-Estar Social nos EUA já foi matéria no blog:

"Além do Estado de Bem-Estar: Rawls e os EUA"


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terça-feira, 6 de agosto de 2013

Concurso: Teoria Política Contemporânea (UNESP)

A faculdade de Filosofia e Ciências Sociais da UNESP (campus Marília) abriu 1 vaga para professor doutor assistente na área de Teoria Política Contemporânea. As atribuições, vencimentos e biblografia da prova de seleção podem ser consultados no edital:



As inscrições vão do dia 22/07 até 20/08.


domingo, 4 de agosto de 2013

Tanner Lectures: Francis Kamm

A professor Franics Kamm (Harvard) foi escolhida como conferencista convidada das prestigiosas Tanner Lectures on Human Values. Kamm ficou célebre por sua análise de problemas éticos por meio de experimentos mentais. O tema de sua Tanner é justamente um desses "experimento" célebres: o "problema do bonde". Quais escolhas seriam eticamente justificáveis diante de um desastre iminente? Em especial, Kamm procura entender quais são as estruturas normativas por trás de nossos juízos morais em casos dilemáticos. 

Os comentários ficaram a cargo de Thomas Hurka (Toronto), Shelley Kagan (Yale) e Judith Thomson (MIT). O áudio das conferências encontram-se no link abaixo:


Professor Frances Kamm

Francis Kamm (Harvard University)



The Trolley Problem Mysteries: May We Harm Some to Save Others?

Lecture I: Who Turned the Trolley? Is There a Problem?
Tuesday, March 19, 2013
4:10 p.m. – 6:15 p.m., Toll Room, Alumni House
Commentary by Judith Jarvis Thomson

Lecture II: How Was the Trolley Turned? 
Wednesday, March 20, 2013
4:10 p.m. – 6:15 p.m., Toll Room, Alumni House
Commentary by Thomas Hurka and Shelly Kagan

Seminar and Discussion with commentators 
Thursday, March 21, 2013
4:10 p.m. – 6:30 p.m., Toll Room, Alumni House
With commentary by Thomas Hurka, Shelly Kagan, and Judith Thomson


Para uma entrevista com a Sra. Kamm: