As inscrições de trabalhos para o XI Encontro da Associação Brasileira de Ciência Política (ABCP) , que ocorre entre os dias 31 de julho e 3 de agosto de 2018 na cidade de Curitiba, estão abertas até o dia 03/12. Entre as possíveis áreas temáticas para a submissão de resumos destacam-se a área de Teoria Política, organizado por Raquel Kritisch (UEL), a área Gênero, Democracia e Políticas Públicas, organizada por Flávia Biroli (UNB), e a área Política, Direito e Judiciário, organizada por Andrei Koerner (Unicamp). A lista completa das áreas, bem como as regras para a submissão, podem ser encontradas no site do evento.
XI Encontro da ABCP - Curitiba 2018 | Chamada de Trabalhos
A Associação Brasileira de Ciência Política (ABCP) tem o prazer de convidar a comunidade de estudiosos de Ciência Política e áreas correlatas a apresentarem propostas de trabalhos para o seu XI Encontro, que terá lugar no campus da Reitoria da Universidade Federal do Paraná, em Curitiba, de 31 de julho a 3 de agosto de 2018. O tema geral do Encontro será “Democracia e representação: impasses contemporâneos”.
APRESENTAÇÃO - XI ENCONTRO DA ABCP
No momento em que a Constituição de 1988 celebra trinta anos de existência, os caminhos da política brasileira convidam à reflexão sobre a qualidade de nossa democracia. Em junho de 2013, a explosão de protestos no país exibiu inesperado ceticismo popular em relação às eleições, aos partidos e ao voto. Desde então, com mudanças políticas ocorrendo num ritmo cada vez mais acelerado, o debate sobre os limites do nosso sistema político ultrapassou os muros do Congresso Nacional e da Academia, chegando à imprensa e ao grande público. Ao impeachment da presidente Dilma Rousseff somaram-se outros tantos eventos críticos que desafiam a estabilidade de nossas leis e instituições, elevando a imprevisibilidade quanto aos rumos da política nacional.
Porém, a crise brasileira parece ser algo mais do que apenas a manifestação de nossas idiossincrasias nacionais, exibindo, talvez com maior dramaticidade, os dilemas das democracias em todo mundo, notadamente as difíceis relações entre os poderes político e econômico e a ascensão de uma onda política conservadora. Esta última manifesta-se, sobretudo, frente à maior crise de refugiados da história recente, gerando na Europa o renascimento de um sentimento xenófobo que se expressa em episódios de violência aberta contra imigrantes, no fechamento de fronteiras, na construção de muros e na decisão, surpreendente para muitos, de saída do Reino Unido da União Europeia. Nos Estados Unidos, a eleição de Donald Trump, por sua vez, dá vazão a uma retórica de intransigência.
Nós, cientistas políticos, precisamos nos perguntar em que medida esses processos são, de fato, a expressão de uma propensão conservadora que traz consigo a defesa de uma nova ordem autoritária; se se trata antes de um descontentamento passageiro com as formas típicas da democracia representativa e, se for este o caso, se tal descontentamento traz consigo apenas indiferença frente aos destinos dessa forma ou, ao contrário, algum tipo de projeto democrático alternativo. Frente a esse cenário, acreditamos que nos cabe aproximar a pesquisa acadêmica do cotidiano social da controvérsia política; qualificar e nuançar os termos do debate público.
A ABCP espera que essa extensa agenda, passível de diversos ângulos de abordagem e reflexão, permita a seus associados dialogar de forma profícua e produtiva durante seu XI Encontro, tanto nos já tradicionais espaços reservados às Áreas Temáticas, Conferências e Sessões Especiais, quanto na nova arena dos Fóruns Regionais. Estes últimos são a expressão do esforço de capilarização da ABCP a fim de dar voz a debates realizados localmente nas Diretorias Regionais recém-eleitas.