A revista Diacrítica publicou um dossiê dedicado ao debate sobre a democracia de cidadãos proprietários (property-owning democracy). Na introdução do volume os organizadores António Baptista (Minho/USP) e Roberto Merrill (Minho) contextualizam os trabalhos a partir de duas retomadas paralelas importantes na teoria política contemporânea. A primeira delas é a volta do debate sobre alternativas econômicas ao capitalismo - tema praticamente marginalizado pelo mainstream acadêmico nas últimas duas décadas. A segunda, é a retomada do ideal normativo de uma democracia de cidadãos proprietários, isto é, um sistema socioeconômico no qual a renda e - sobretudo - a riqueza são dispersadas entre os cidadãos e cidadãs ao longo das gerações (ver aqui um post sobre algumas das propostas econômicas inspiradas no ideal). Originalmente desenvolvida pelo economista inglês James Meade - e posteriormente adota por John Rawls como o único sistema socioeconômico compatível com sua teoria da justiça ao lado do socialismo de mercado - a proposta de uma democracia de cidadãos proprietários tem sido considerada uma alternativa ao mesmo tempo factível em termos institucionais e moralmente justificada ao capitalismo.
Os textos abordam diferentes aspectos da ideia tais como sua relação com o debate sobre justiça global (Hazenberg), com a teoria democrática (Baptista), e com os fundamentos morais do Estado de bem-estar social (Petroni), além de explorarem também algumas das consequências institucionais para o regime de propriedade privada (Fabri) e gestão social do capital (Wilesmith).
Os textos abordam diferentes aspectos da ideia tais como sua relação com o debate sobre justiça global (Hazenberg), com a teoria democrática (Baptista), e com os fundamentos morais do Estado de bem-estar social (Petroni), além de explorarem também algumas das consequências institucionais para o regime de propriedade privada (Fabri) e gestão social do capital (Wilesmith).
António Baptista / Roberto Merrill
Haye Hazenberg
Eric Fabri
Lucas Petroni