Paul Weithman (Notre Dame) acaba de publicar o livro Rawls, Political Liberalism and Reasonable Faith, no qual reúne seus trabalhos sobre a filosofia política de John Rawls. O fio condutor da obra é o papel que a religião pode desempenhar em uma sociedade justa e como essa questão permeia os escritos rawlsianos como um todo. O livro conta com artigos que tratam desde a tese de graduação de Rawls antes da II Guerra - ocasião na qual Rawls teria perdido sua a fé cristã após visitar, como soldado aliado, uma Hiroshima arrasada pela bomba - até a célebre formulação da ideia de razão pública e a possibilidade de cidadãos e cidadãs desenvolverem uma '"fé razoável", isto é, compatível com as demandas de justificação de uma autoridade política justa.
Recentemente, Weithman chamou a atenção da comunidade de estudiosos de Rawls com uma proposta interpretativa de unificação da obra de Rawls levando a sério a proposta de uma concepção essencialmente política de justiça, em oposição a concepção de filosofia política como, meramente, filosofia moral aplicada (um resumo dessa interpretação pode ser encontrada abaixo no capítulo 5). Com o livro Weithman defendeu uma "virada política" na forma de interpretar o contratualismo rawlsiano notando, por exemplo, a continuidade e a importância que o problema da estabilidade na adesão aos princípios de justiça representa para o contratualismo desde Uma Teoria da Justiça. Nesse sentido, Weithman faz parte dos estudiosos de Rawls que rejeitam a interpretação segundo a qual em sua obra tardia, especialmente O Liberalismo Político de 1993, Rawls teria reformulado de modo significativo os objetivos de sua teoria da justiça. Para Weithman, o principal objetivo de Rawls sempre foi responder a pergunta: como podemos viver autonomamente dadas as restrições impostas pela sociedade contemporânea e pelos limites da razão?
Alguns dos capítulos do livro podem ser encontrados nos links abaixo.
For over twenty years, Paul Weithman has explored the thought of John Rawls to ask how liberalism can secure the principled allegiance of those people whom Rawls called 'citizens of faith'. This volume brings together ten of his major essays (including one new unpublished essay), which reflect on the task and political character of political philosophy, the ways in which liberalism does and does not privatize religion, the role of liberal legitimacy in Rawls's theory, and the requirements of public reason. The essays reveal Rawls as a thinker deeply engaged with political and existential questions that trouble citizens of faith, and explore how - in firm opposition to political realism - he tries to show that the possibility of liberal democracy and the natural goodness of humanity are objects of reasonable faith. The volume will be of interest to political philosophers, political theorists, moral theologians, and religious ethicists.
Introduction
Part I. The Undergraduate Thesis:
Part II. From Theory to Political Liberalism:
Part III. Public Reason and its Role:
6. Citizenship and public reason
7. Inclusivism, stability and assurance
Part IV. Rawls, Realism and Reasonable Faith: